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Desmistificar a Homeopatia














A Homeopatia surgiu no Séc. XVIII pela mão de Samuel Hahnemann, um médico alemão que, vivendo numa época em que a medicina praticada na Europa e nos Estados Unidos se caracterizava pela total falta de critérios científicos, decidiu, com um enorme sentimento de frustração, abandonar a prática médica. A Medicina era, nessa época, fundamentada em hipóteses e especulações que muitas vezes roçavam o absurdo e em que se utilizavam, como prática clínica corrente, sangrias, eméticos e purgantes receitados sem nenhuma proteção. 

Mais tarde, os seus estudos e a experimentação de substâncias em pessoas saudáveis, levaram à criação de um método terapêutico que consiste na utilização de remédios, de acordo com a lei dos semelhantes, capazes de produzir num indivíduo saudável os sintomas da doença que se pretende combater, de modo a estimular a reação orgânica e vital na direção da cura.
Contrariamente à medicina convencional que considera os sintomas como uma manifestação direta da doença, a homeopatia vê os sintomas como uma reação contra a doença e procura estimular essa reação ao invés de a suprimir. O tratamento homeopático vê cada paciente como um ser único, com reações individuais, sendo que a doença em cada indivíduo se manifesta de uma forma pessoal com sinais e sintomas específicos. Este princípio é a base para a determinação do diagnóstico do remédio (único) que pode agir sobre aspetos físicos, mentais e emocionais do paciente, o simillimum. Sem apresentar efeitos colaterais, o objetivo de um remédio homeopático é estimular o organismo a curar-se a si mesmo estimulando a energia vital, podendo ser utilizada em todos os quadros clínicos, sejam eles agudos ou crónicos, desde que exista uma capacidade de reação do organismo. Pode também ser usada em todas as idades e fases da vida, incluindo durante a gravidez, período de amamentação, bebés, crianças, adolescentes, adultos e idosos.
Durante o Séc. XIX e início do Séc. XX a Homeopatia foi muito utilizada no tratamento e na profilaxia de epidemias com excelentes resultados quando comparada com os tratamentos convencionais. Posso destacar a de febre tifóide em 1813 e cólera em 1831 na Rússia, 1831 na Áustria, 1854 em Londres, 1855 no Rio de Janeiro, 1892 em Hamburgo; febre-amarela em 1878, em Memphis, USA, 1886 em Kentucky, USA; varicela em 1870/1871 em Boston, 1870/71/72 em Nova Iorque, 1870 em Philadelphia e 1872/73 em Brooklyn, 1902 no Iowa, USA; difteria em 1862 a 1864 em Nova Iorque, USA e em Espanha; gripe Espanhola em 1918, Ohio, USA.
No entanto a Homeopatia sofre um declínio na primeira metade do séc. XX, devido à crescente influência da American Medical Association o que levou à segmentação do conhecimento em especialidades, para tornar possível, a partir de então, a preponderância do paradigma médico reducionista, o que era favorável aos interesses de investimentos maciços na área de saúde, atendendo em especial à voracidade do complexo farmacêutico que aí via um nicho lucrativo quase ilimitado a ser explorado. Mas em meados do século XX a Homeopatia volta a ressurgir, talvez até mesmo pelo desgaste representado pela limitação e incapacidade do atual sistema de saúde em responder à complexidade das necessidades crescentes. 
A Homeopatia faz parte dos sistemas nacionais de saúde de países como Suíça, Reino Unido, Brasil e Índia e é utilizada por mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, é utilizada pela maioria dos mais de 2 milhões de pessoas que recorrem às Terapêuticas Não Convencionais.

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